O que o futebol da rua Evangelista de Souza me ensinou

Renan Lacerda
2 min readMay 17, 2020

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Uma simples bola velha, dois pares de chinelos e alguns meninos com idade entre 9 e 11 anos.

De um lado o trio sem camisetas, do outro lado, o trio com camisetas. Não tínhamos uniformes. Poucos usavam tênis, muitos jogavam descalços.

As regras eram claras: virá cinco, acaba dez, ninguém poderia ficar dentro do pequeno gol feito com os chinelos, se passar algum carro na rua todos deveriam parar a jogada, valia fazer tabela com a guia ou com os portões, quem chutasse a bola na rua Bombaim, uma grande ladeira, tinha que buscá-la.

Em um jogo de rua quem era o juiz? Todos nós!

Bola vai, bola vem. Carros passavam buzinando e nós nem ligávamos. O jogo era “pegado”, todos queriam ganhar. De repente, uma falta mais dura! O tempo fechava, bastava um empurrão e a confusão estava feita. Em quase todas as vezes que a confusão acontecia, após 5 minutos a bola começava a rolar novamente, exceto quando a confusão envolvia o dono da bola. Neste caso, era praticamente o fim do jogo, pois ele pegava a sua bola e ia embora para a sua casa. Afinal, futebol é assim: sem bola, sem jogo.

No dia seguinte tudo se repetia, dando um ar de novidade. Como era gostosa aquela época.

Hoje, 24 anos após essa deliciosa lembrança, vejo o porquê éramos felizes ao desfrutarmos uma brincadeira de rua.

Um dos motivos da nossa felicidade era a simplicidade daquele momento. Nós fazíamos daquela simples brincadeira algo mágico. Cada jogo, cada gol, cada minuto era como se fossem únicos. E na verdade eram!

Os anos passaram…

Hoje, eu entendo que a simplicidade depende unicamente de fazer pequenos momentos, aqueles que parecem ser insignificantes, em momentos extraordinários.

Por Renan Lacerda =))

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Contato: renanlacerdadacosta@gmail.com

Instagram: @ renanlacerda36

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Que Deus te abençoe!

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Renan Lacerda

Transformando pequenos momentos em grandes experiências.